domingo, 24 de abril de 2011


O RELATO – PEDAL DA QUINTA-FEIRA SANTA (POR VANIO)

É tradição o pessoal da Grande Florianópolis fazer o trecho Floripa –Angelina caminhando, a cavalo ou de bike nas Quintas Feiras Santa. Este ano não foi diferente, Ciclo Romaria marcada, é Ciclo Romaria realizada.
O amanhecer de quinta 21/04/11 não estava com cara muito boa, mesmo assim a raça já havia preparado as bikes na noite anterior, e só nos restava pedalar. Exatamente as 08H00 da matina saímos motorizados da CENTRAL BIKE, na Avenida Central do Kobrasol em direção a São Pedro de Alcântara, a cidade berço da colonização alemã em Santa Catarina, com uma chuva querendo nos intimidar. Até que alguém falou: SE VIEMOS PARA PEDALAR, EDALAREMOS.

Aguardamos uns 15 minutos, preparamos as bikes, e nesse tempo a chuva deu uma pausa, então iniciamos o pedal saindo da cota aproximadamente 70, sabendo que alcançaríamos a cota próximo de 800, na divisa de municípios. É muito morro, mas a paisagem deslumbrante.

Na saída se São Pedro de Alcântara, sob o manto de Nossa Senhora que encobria o sol para facilitar nossa pedalada, demos de cara com aquela subida de aproximadamente 6 km. No meio da pegada Nossa Senhora aspergiu dos céus uma água benta para nos refrescar, e o pedal foi de vento em popa.

Algumas paradas para reunir o grupo e uma parada no alambique Zé Folia, onde uns provaram a cachacinha e outros compraram melado. Ainda Serra acima, paramos numa baiuca onde uns se abasteceram de chocolate outros de paçoquinha. Nesse trecho passamos pelos cavaleiros que havia saindo de Palhoça as 04H00 da madrugada. Ali fiquei sabendo a origem das fezes equinas, para não dizer bosta de cavalo, que respingaram no hodômetro de minha bike, o que me exigiu um jato de água direto da caramanhola permitindo assim acompanhar a velocidade e distancia instantaneamente.

Tudo tem seu lado bom, fiquei sabendo que o hodômetro é a prova d‘água. Tocamos em frente até a bifurcação onde a placa informa:
à esquerda ANGELINA, à direita BETÂNIA.
De comum acordo entre os ciclo-romeiros, pegamos a direção de Betânia, com a recomendação: como é muita descida, os mais afoitos deverão aguardar em frente a igreja. Este trecho não foi de pedal, mas sim de freio e mais freio. Quando o grupo se reuniu em frente à igreja, veio a informação que era na outra igreja. Perguntei a um dos moradores da região, que por ali passava de moto, qual o nome do local e ele me informou: - Ali é Betânia de Cima ou dos Evangélicos, e lá é Betânia de Baixo ou dos Católicos.

Foi na segunda que paramos para uma hidratação, pequeno lanche e picadas de borrachudos. Daí para frente foi aproximadamente 6 km de subida íngreme. Pelo que vi a maioria carregou sua bike na mão por um bom trecho. No topo do morro fizemos nossa última reunião do grupo antes de chegar a Angelina, pois sabíamos que dali em diante era só descida. Dois especialistas nesse tipo de terreno, ou suas bikes a esta altura da romaria já estava sem freio, dispararam e só os vi quando cheguei ao convento das Irmãs Franciscanas. Lá fiquei sabendo que eles tomaram a dianteira para reservar nossa macarronada.

Após a reposição de energia rumamos para o centro de Angelina, e em frente ao Santuário,
enquanto uns descansavam outros faziam compras. Missão cumprida, mais dois morros e dois fortes, nos aguardavam até a divisa de municípios, onde mais uma vez trocaríamos os pedais pelos freios.
Ainda era dia claro quando retornamos a São Pedro de Alcântara, e ali desmontamos as bikes, colocamos nos carros, e é claro, recolhemos a “feira”, cachaça, melado, queijo, bolacha das freiras e outras guloseimas que vieram no carro de apoio.

O pessoal foi se despedindo e já confirmando na agenda a do próximo ano.

Vânio

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